segunda-feira, 13 de julho de 2009

Andanças & Mudanças

"Ninguem toma banho no mesmo rio duas vezes; não são mesmas água e não é a mesma pessoa". A vida é um constante movimento, estamos sempre mudando e o mundo ou nosso redor também constantemente se modifica.

Nestas “danças” a minha vida pessoal foi tomando novos rumos, no inicio deste ano de 2009, foi transferido para o Rio de Janeiro. Logo depois do feriado de ano novo sai de Curitiba (onde morei durante muitos e bons anos): novos desafios profissionais e novas oportunidades. Logicamente, uma nova casa, novos ares e de forma muito especial a novidade de morar mais próximo do mar.

A pena que meu Ranger 22 - Argonauta - ficou no Sul (Itapoa –SC) por mais paradoxal que possa parecer, estava morando ou lado do mar e não estava velejando.



Uma ideia iniciai era comprar um veleiro “bem” maior e ir morar abordo. Quem sabe seria uma maneira de viabilizar um bom “upgrade” no Argonautinha utilizando algumas economias e mais parceladinho o dinheiro que seria gasto no aluguel da casa nova.

Mas a ideia, de morar a bordo, não pode ir avante. O escritório onde trabalho fica na Barra da Tijuca e infelismente não existem marinas próximas. Isto iria me obrigar a várias, várias, várias horas diárias de transito entre uma eventual marina e a Barra. Assim, em nome de um pouco de qualidade de vida dentro da nova metropoli esta possibilidade deve que ser descartada.

Ainda estava muito próximo do mar e sem velejar. Uma saudade grande do balanço das ondas, do som do vento, dos momentos de prazer rodeado de água por todos os lados.

Morando assim perdinho do mar e especialmente próximo de uma costa tão bonita: ao Sul (Angra dos Reis, Paraty, ...) como ou Norte (Cabo Frio, Arrial do Cabo, ....) sem contar a maravilhosa, charmosa, famosa e infelismente suja Baia da Guanabara. Pensei que realmente valeira a pena considerar um “upgrade” no Argonauta.

O que me pareceu mais razoável foi procurar de alguma forma economizar iniciar a busca do novo.

Começou então uma verdadeira perigrinação por entre classificados naúticos, marinas e embarcações. Procurando um barco para cruzeiro costeiro, facil de velejar, com um pé-direito para ficar em pé na cabine, um motor pelo menos razoável em pelo menos razoável estado de conservação. Não precisava necessáriamente ser um barco muito rápido já que “regatear” não é exatemente o meu objetivo. Além disto estava considerando um outro importante atributo da minha nova embarcação: caber no meu apertado bolso.

Procurei veleiros em Florianopolis, em Paranaguá, em Santos/Guaruja, no Saco da Ribeira, em Paraty, em Itacuruça, no Rio de Janeiro e Niteroi. Muita conversa com vários donos de barco e broker (agradeço a todos a atenção dispensada). Muitas horas também fazendo contas sobre as possibilidades para levantar o capital. Muitas horas de internet, muitos e-mails, várias pesquisas, fotos, inventários, tipos de motor, listas de equipamentos, velas, eletrônicos, tipos de mastreação, etc, etc, etc... Sem dúvida uma trabalheira: mas para ser sincero, me deu muito prazer. Afinal estava correndo na direção de um sonho, um desejo, um novos mares para descobrir !!!

Olhei veleiros entre 27 e 33 pés nos mais diferentes estados de conservação e preço. Alguns foram chamando minha atenção: Brasilia 27s (uma possibilidade economicamente mais viável), Cal 9.2 (na minha opnião muito bem resolvido em seu projeto – quase comprei um deste), Fast 310 (vi alguns em otimo estado). Outros foram saindo da lista: Farr 31 (encontrei muito muito muito bem conversado em Ubatuba, mas para uma atividade mais de cruzeiro tem uma cabine um pouco baixa e beliches pequenos). Velamar 33 e Velamar 27 (dois grandes barcos, mas particularmente não gostei da distribuição dos seus espaços na cabine).

Foram quase 6 meses de procura, até que em uma das viagens a Angra dos Reis em uma grande coincidência fiquei sabendo por um amigo de um Alpha 32,3 que estava a venda. Nunca havia entrado em um Alpha 32,3 e para falar a verdade pouco havia lido ou ouvido sobre o barco. De qualquer forma marquei com seu proprietário para fazer uma visita na embarcação.

Por razões pessoais este Alpha 32,3 estava a algum tempo “parado” em sua poita. O “veleirinho” estava mesmo muito bagunçado e sujo. Havia várias, várias, várias coisas precisando uma reforma. Mas o conceito do Alpha 32,3 realmente me conquistou foi amor a primeira vista. Cada vez mais tenho certeza que o não é o dono que escolhe o barco é o barco que escolhe o dono. Sem dúvida havia visto outras embarcações em bem melhor estado, mas aquele veleiro era o que eu estava procurando. Um motor razoável, um equipamento de vela simples de manejar, um bom cokpit para receber os amigos, uma cabine bem desenha que da uma sensação de espaço bem superior em relação aos barco similares, um bom banheiro, um beliche de proa realmente muito grande, um certo cuidado no trabalho de madeira interno...

Voltei de Angra neste dia realmente encando com o veleirinho e fazendo contas para procurar encaixa-lo no meu orcamento. Comecei a obter estimativas de custos para as “reformas” que acreditava seriam necessárias e continuava fazendo contas. Combinei com o proprietário para fazer mais uma vista bem detalhada (acabei ficando com 450 fotos dos mais diferentes detalhezinhos do barco).

Como diz a minha mãe: “O que é para ser se ajeita”. Exatamente neste momento consegui vender o meu “antigo” companheiro: o Argonauta. Fiquei com um dinheirinho a mais em caixa. Isto me fez sentir que a hora era esta e realmente era para ser este o meu barco.

Contas e contas, saldos de aplicação, saldo de conta corrente, notas promissorias da venda do Ranger, etc... Com um sentimento que oscilava entre a euforia e o medo fiz uma oferta no Alpha 32,3 chamado “Acalando I”. Neste dia sai para jantar fora e comemorar a conquista do meu mais novo sonho, sem ainda receber nem uma resposta sobre a oferta. Deste dia até realmente fechar o negocio, foram mais 2 semanas negociando, depois de 40 dias da primeira vez que entrei no “Acalando”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário