* Revisão do equipamento de salvatagem;
* Reforma do motor;
* Reforma da genoa e
* Troca dos cabos (adriças e escotas) da genoa e da grande.
A Tripulação
Pessoal bem vindo abordo !!!
Um convidado importante estava abordo: o Zé Luiz, um skipper com mais de 15 anos de vela na região de Angra dos Reis. Ele é a garantia de sucesso principalmente nas manobras de desatracação do pier, na saída, e de atracação na volta. Como eu não tenho nem uma prática em manobras de pier (quando velejava o Argonauta ele ficava fundeado em poita) a saída e a chegada são momentos especialmente tensos, principalmente se consideramos o valor dos outros barcos atracados próximos.
Uma coisa incrível neste dia, por si já muito especial, que estavam abordo 3 pessoas muitos importantes na minha vida: meu grande pai, minha querida mãe e minha namorada. Realmente foi um presente levantar pela primeira vez as velas do Acalanto e navegar na companhia de pessoas tão queridas.
Velejando
Meu pai estava responsável pelas compras do dia; saímos com muita comida e bebida. Ele adora comprar sempre muita comida e muita bebida (você precisa ver as festas na casa dele), para o barco não foi diferente. Água, refrigerante, bolachas, sanduíches, ..., ..., ... e cerveja. Logicamente, quando estou no comandando do barco: eu não bebo.
Mas meu pai como não tinha nada haver com a condução da embarcação durante o dia iria abrir muitas latinhas em homenagem a esta navegação inaugural neste lugarzinho "aprazível".
Bem, lá vamos... Soltamos as amarras de popa, o Zé saiu no leme (lembra da historia das manobras no pier) e eu fui fazer as fainas na proa para soltar o cabo da poita. Saimos devagarzinho motorando pelo canal do Bracuhy. O dia estava bonito, muitas nuvens, mas o sol gostoso iluminava a maravilhosa baía de Angra do Reis. Como é bom estar no mar, como é bom navegar...
Bem chega de motorar, viemos aqui para velejar ou o que ?
Aproamos o barco ao vento para ser possível a manobra de içar as velas. Assim subiu pela primeira vez a vela mestra e depois genoa. Desligamos o motor e magicamente estávamos deslizando nas águas ao sabor da brisa do mar.
Eu fui para o leme. Neste momento conduzindo o Acalando na vela pela primeira vez: Pensei, em silêncio, sobre todo o esforço que foi necessário para estar ali, as economias, sacrifícios, meses procurando o veleiro certo, viagens, mais economias, as reformas, o motor, as velas, os cabos, .... Mas, com o vento no rosto e ouvindo o barulho delicado da água no casco eu só podia sentir uma imensa alegria e ter a certeza que tudo valeu a pena, que sonhar vale a pena !!!
Então, a De foi conduzir o barco e levou-o lindamente. Ela fez aula com o Marcelo na lagoa de Marapendi e estava velejando super bem.
O Seu Rodolfo também velejou. Quem diria em minha mãe o pai velejando o barco do seu filho ?
O dia foi passando rapidinho: camba daqui, camba de lá... O Acalanto vai devagarzinho sentindo novamente a liberdade do vento. Vai meu veleirinho, vai meu canto no mar, com sua suave cantiga nesta brisa de embalar...
Vamos até Itanhagá, jogamos âncora e eu fui mergulhar um pouco. Depois rolou um lanchinho e já estava na hora de voltar para o Bracuhy.
Minha mãe que no começo estava preocupada com a possibilidade de enjoar durante a navegação, passou um dia tranquila. Mesmo que as vezes uma ou outra lancha insistía em passar super rápido bem na proa dos veleiros, formando marolas e balançando o veleiro inteiro.
Para não dizer que tudo deu certo neste primeiro dia, na hora de levantar a ancora o motor resolveu não funcionar. Mexe daqui, mexe dali e encontramos alguns dos contatos elétricos do motor de arranque bem sujos, um pouco de limpa contato e tudo certo o motor voltou a trabalhar.
Voltamos para a Marina, na atracação do barco o Zé novamente assumindo o leme fazendo uma manobra perfeita. Olhando quem tem prática manobrar até parece fácil...
Um dia sem dúvida memorável na minha história pessoal. o primeiro de muitos momentos mágicos que tenho certeza vou viver ao lado do Acalanto. Este meu canto no mar...